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  • "...Isto nunca vai dar não é..."

    segunda-feira, 7 de junho de 2010
    Um dia discutimos...eu fiquei triste, magoada e amuada...e depois fizemos amor...
    Nesse dia disseste-me "Oh D., tu e eu sabemos que isto nunca vai dar não é...não pode ser"...E aquilo caiu-me que nem uma bomba. Não é que eu não soubesse que era tudo muito novo e também muito complicado...mas não esperava essas palavras da tua boca, especialmente não naquele momento.

    Nesse momento, tal uma criança...como sempre, perguntei: "porquê?"
    Muito sinceramente nem me recordo bem da tua resposta...algo a ver com o facto de sermos do mesmo sexo, pelo facto de a sociedade não aceitar esse tipo de relações, pelo facto de nunca poderes revelar tal coisa a ninguém. E nada disso me soou bem...soou-me "certo", pois eu sabia que todos esses motivos faziam sentido; no entanto, soou-me tudo injusto. E o facto de dizeres aquelas coisas todas, era como se te estivesses a aliar ao inimigo. E doeu... E virei-me de costas para ti, ali nua...nuas as duas...e assim ficámos de costas uma para a outra durante uns tempos. Até que te chegaste a mim e me mimaste e acabámos por fazer amor ali... Sei que fiz amor contigo ali com todo o amor que sentia por ti e toda a força que me apetecia fazer para te dar vontade de ficar comigo, para vencer aquilo que me parecia - e ainda parece - uma pura injustiça.

    Ultrapassámos essa questão por uns tempos...ou talvez a tenhamos somente posto de lado, ignorado para não nos magoarmos... Até que as diferenças, os meus defeitos, os teus receios, a vida...nos separaram...
    Dessa altura não irei falar pois simplesmente desapareci e da inexistência não há nada para relatar.

    Outro dia deixaste-me aproximar-me de ti novamente...e fui...nervosa, esperançosa, e ao mesmo tempo apavorada....receosa de estar a imaginar coisas que não aconteceriam...receosa de sentir-te próxima de mim e aperceber-me de que na verdade, o único motivo que te havia levado a deixar-me ir ter contigo era o facto de afinal e finalmente conseguires estar perto de mim sem querer mais do que um pouco de conversa e uma relação simples de amizade.

    Mas fui...lembro-me perfeitamente do dia, da hora, da sensação....lembro-me de me sentar ao teu lado sem saber o que fazer..
    Mais uma vez na nossa história, arrisquei...juntei a minha mão à tua e deixaste a tua encaixar na minha, como sempre havia encaixado. Afinal, nada tinha mudado... E quando aconcheguei a minha cara no teu pescoço como da primeira vez, o mesmo encaixe continuava lá, o meu cheiro, a mesma pele...e as mesmas borboletas no meu estômago. Não fui de facto muito original..pois, tal como da primeira vez também, fui beijando o teu pescoço até procurar pelos teus lábios e encontrá-los...
    Ainda hoje se desenha um sorriso na minha cara ao relembrar esse momento.
    Voltei a sentir o calor dos teus beijos, a doçura da tua pele, o suspiro do desejo...e voltei a ser visível, voltei a existir, quando até então não havia passado de um mero fantasma, uma sombra de mim mesma.

    Já passou um ano, um mês e doze dias desde esse dia...
    Passámos por muitas dificuldades...foi passando o tempo e o meu receio de te perder novamente... Foi-se construindo novamente a confiança, desta vez com mais fé parece-me....
    Vamos tendo alguns vislumbres do que poderia ser a vida juntas, toda a vida...algumas vezes é lindo, outras vezes assustador....
    Fui dizendo amo-te, e amo-te e amo-te, quando os teus lábios ainda só te permitiam dizer "gosto de ti" e isto já com algum esforço.
    Até que um dia escreveste "amo-te"...ia eu ao volante, sem imaginar minimamente que as palavras que eu tanto queria ouvir estavam a ser desenhadas pelas tuas mãos naquele livrinho tão querido que me tinhas oferecido. Mais tarde nesse dia, disseste-mo de viva voz...ao ouvido...consigo ainda ouvir-te dizer-mo na perfeição, e ainda me dá arrepios...
    Nesse mesmo dia aceitaste finalmente o meu pedido..."Namora comigo..."...."tá bem"....
    Não foi a resposta mais romântica, convenhamos...mas foi a resposta pela qual tanto tinha esperado e que tanto queria ouvir.
    Nessa noite, fizeste de mim a miúda mais feliz.

    Não deixaste de frisar que isso não iria mudar nada, mas para mim pouco importava...porque finalmente estava assumido entre nós que tínhamos uma relação..que não éramos só duas pessoas a passar o tempo uma com a outra.

    Agora, não contente com o namoro, vou-te pedindo em casamento vezes e vezes sem conta, e vais fugindo da resposta de cada vez. E por vezes custa-me...e outras vezes não em importo...e sabes porquê? Porque quando casarmos vai ser lindo, e não me importo de ir guardando esse momento especial para um dia mais tarde. Costumo ser impaciente e ter pressa para tudo, mas quanto a isso amor, eu espero....vou sempre esperar...

    A verdade é que esperei por ti sempre...até voltares, até dizeres "amo-te", até namorares comigo....e continuarei a esperar por tudo aquilo que ainda te assusta mas que eventualmente ganharás coragem para fazer ou dizer.

    O tempo foi passando e relembro por vezes aquela noite...aquele "Oh D., tu e eu sabemos que isto nunca vai dar não é..."....
    E não posso deixar de sorrir ao olhar para trás e ver que, afinal, parece-me que que tu e eu...tem pernas para andar. As dificuldades continuam a existir, os obstáculos, os preconceitos, etc etc...mas tu e eu...conseguimos levar as coisas...eu tento apressar e tu tentas segurar os cavalos...e vamos as duas equilibrando para termos esta dose perfeita de amor, de momentos passados, de aventura, de sonhos e de realidade....

    Amo-te...mais do que imaginas...

    Obrigada por esta aventura apaixonante e deliciosa....por esta viagem que é conhecer-te e apaixonar-me de novo por ti a cada dia que passa...

    1 comentários:

    1. Anónimo disse...:

      completamente sem palavras...qd alguem abre o seu coraçao e é sincero como nao s pode ser deixa os outros completamente sem palavras...

      SusyGirl**

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