Eu e as palavras....
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Sim....
Adoro escrever...
E adoro as palavras!
Fascina-me o leque de possibilidades quando se escreve - ou fala até - alguma coisa...
As pequenas mas porém importantes e significativas variações de significado ao decidir usar-se esta ou aquela palavra...
Existem os sinónimos...mas nunca uma palavra significa exactamente o mesmo que outra...
Apelidar um acontecimento ou uma pessoa de "fantástico" não denota o mesmo grau de agrado do que "maravilhoso", "estrondoso", "incrível", "arrasador", "deslumbrante"....etc..
É satisfatório poder escolher cuidadosamente as minhas palavras...
É uma sensação doce e agradável sentir que aquilo que digo, que as palavras que uso correspondem na perfeição aquilo que sinto e quero exprimir..
No entanto, nem sempre é possível chegar a essa sintonia...
Pois por muitas palavras e sinónimos que a língua contenha, o coração transborda de sentimentos, emoções, sensações que a gramática jamais poderá igualar...
Sim...
Adoro as palavras!
Adoro falar...exprimir-me....escolher cuidadosamente os termos, as frases...
E escrever...tem um encanto difícil de descrever...
Escrever aqui no blog é interessante...e sabe-me bem..
Mas a verdadeira escrita...essa passa pelo papel...
Ao escrever uma carta por exemplo,
não só contam as palavras que escolhemos para nos representarem,
como também o papel...a caneta...a tinta...a cor da tinta...
A disposição das frases...a pontuação...
Gosto de reticências...são a representação de uma paragem...talvez um pensamento deixado a flutuar...
Por vezes uma dúvida...
Outras vezes um espaço para a imaginação...
As reticências são como o silêncio...na sua abstinência expressiva, revelam-se um mensageiro pertinente e hábil....
Dizendo aquilo que não pode ser dito...
Aquilo que não tem explicação...
Aquilo que não se resume a palavras...
Ou aquilo que as palavras não se atrevem a dizer...
É tudo uma arte....
Tanto a palavra como o silêncio...
Tanto o livro como a página branca....
Aquele que pensa abster-se de comentar recorrendo ao silêncio está na verdade a pronunciar-se...
Por vezes o silêncio é mais revelador do que a própria palavra...
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